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Fashionerds

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Background

Olho as mulheres pelas ruas de São Paulo e muitas delas me parecem sensatas e ajustadas em suas roupas. Algumas ostentam olhares confiantes; outras, um ar de austeridade. Há aquelas que sustentam o falso glamour copiado das revistas, que parece vir num pacote escova-gloss-decote, e claro… jeans push up!

Há muitos homens respeitáveis em ternos bem cortados, outros relaxados entre a paz dos dreadlocks e camisetas que parecem cheirar a incenso, ou mesmo aqueles cujo ego parece ser projetado a dois metros de altura, mesmo que a real estatura do sujeito seja de apenas um metro e sessenta, uma vez que abrigados sob o quinteto: jaquetão, calça big+cueca, tenisão e blings. Tudo isso é pró-carisma ou pressão?

É fato que as tribos urbanas coexistem numa paz relativamente aceitável. Mas é agora, na hora da verdade deste espaço interativo, que eu levanto a questão: se moda é liberdade, quem é mais feliz neste quesito – do que os nerds?

Dizer que os intelectuais não têm estilo é quase um crime. Alguns têm um senso de si muito maior do que uma bela compilação de editoriais de moda. Pense nos bons designers! Pense em quanto lêem, viajam, assistem, ouvem, conversam, trocam. Pense nos resultados produzidos a partir disso. Falo das pessoas que se fazem lendas vivas em suas carreiras no mundo da moda. E eles, assim como todos, devem enfrentar o vazio diário do que vestir para se adequarem ao mundo e a si mesmos, logo nas primeiras horas do dia.

Não me leve a mal, mas hoje, preciso dos estereótipos.

Agora pense numa jovem de vinte e poucos anos, com uns dez quilos a mais do previsto pelo IMC, que adormeceu lendo Sylvia Plath e acordou com o nariz amassado em uma das bordas do livro. Ou num jovem franzino, da mesma idade, que semi-acordado, antes de acender a luz, procura pelos óculos sem marca comprados em uma feirinha underground, os coloca na face como quem recobra a consciência e finalmente, alcança o interruptor/liga o computador e só assim se sente acordar.

Depois do banho, nada de pânico para nenhum deles: o primeiro olhar em direção ao guarda-roupas não lhes parece um passaporte para a história-sem-fim daquele tira e põe de modelitos e combinações. O processo é simples: é só olhar para a janela, checar o tempo e identificar o humor – que pode ser doce, sarcástico, irônico, ou “sim, sou cheio de idéias!”- encontrar um bom representante (xadrez, pois, jeans, veludo retrô ou algo militar) no tecido adequado à temperatura do dia, e terminar com sandálias coloridas, adidas modelito designer-sou(l)-cool ou all stars neutríssimos-confortabilíssimos e preçoboníssimos.

Mochilas nas costas pra enfrentar um dia de trânsito-trabalho- trânsito, um pingo de leveza no rosto e…pés nas ruas! Está pronta a excepcional indumentária nerd: contra os maiores vilões da vida: caretice, ignorância e mau-humor!

Longe de ser um trabalho de criatividade, vestir-se é um trabalho de autoconhecimento. Passo boa parte dos meus dias como vendedora de moda feminina very chic, dentro de um provador lotado de madames que já deram aquele up nos seios, se livraram das pelancas na barriga, remodelaram o nariz e clarearam os dentes. Longe do mau-senso de quererem ser a Gisele, querem ser elas mesmas, dez, vinte anos mais jovens, e ainda confiantes de que ao menos isso lhes traria algum sinal de felicidade. (?)

Às vezes eu frito cuidadosamente os meus questionamentos, porque dentro daquelas roupas, concebidas pelos tais designers que mencionei, acreditava que pelo menos as consumidoras da marca seriam felizes. Ledo engano!

Quanto mais observo as pessoas e suas tribos, quanto mais leio, quanto mais descubro e remonto o meu próprio estilo, mais chego à conclusão que a despeito dos códigos de vestimenta das corporações, a moda tem suas raízes na visão/julgamento interior que todos têm ou fazem de si, e é claro, no exercício misto de democracia e criatividade em misturar cores, influências, estilos e slogans… os quais, inexoravelmente, demonstram, ou carregam a inconfundível felicidade de serem exibidos.

Agradecimento mais que especial para Sil pelo fantástico texto de hoje! (Tato)


CONVERSA COM GIGANTES

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Background

Na primeira temporada do CONVERSA COM GIGANTES, conversamos com os principais executivos de grandes empresas do planeta para entender seus planos, novidades e como elas prestam atenção nos consumidores!

Nesse episódio, conversamos com Cláudia Meira, CIO da Unilever para a América Latina, para conversar sobre o mercado de tecnologia e o desenvolvimento de profissionais na área!

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